domingo, 13 de junho de 2010

O MAQUINISTA E O PASSAGEIRO


A maioria de vocês já deve ter lido uma mensagem que fala sobre “A vida e a viagem de trem”. O texto cita embarques e desembarques, alegrias e tristezas, esperas e despedidas, encontros e desencontros. Tive o prazer de receber, mais uma vez, estas belas palavras recheadas de uma trilha sonora contagiante e de imagens muito bonitas.
Mas, desta vez, os mesmos parágrafos me levaram a enxergar tudo de forma diferente. Simplesmente optei em não ser um dos passageiros do trem que divide as poltronas com desconhecidos ou amigos. Nesta viagem eu virei à maquinista. Eu era a responsável por todas aquelas vidas que estavam embarcadas ali.
Senti ainda mais responsabilidade e respeito por todos. Percebi que em determinado momento da viagem havia dois caminhos distintos. Um trilho fazia com que eu seguisse reto e o outro me apontava para a esquerda.
O meu destino eu poderia traçar naquele instante, mas parei e pensei: “eu não estava sozinha”. E a vida é justamente assim! Podemos fazer nossas escolhas e decidir nosso trajeto. Só não podemos esquecer que neste mundo jamais viveremos sem ninguém ao nosso lado.
Dormindo e acordando com este pensamento, certamente poderemos ter um planeta mais generoso e de duas mãos. Não precisamos fazer nada com a intenção de que sejamos retribuídos por isso. Mas também não podemos ficar de braços cruzados e tão pouco fechar os olhos para tudo o que acontece a nossa volta.
Vivemos cercados de pessoas, atos e fatos. Podemos simplesmente querer viver o nosso mundo, mas em determinado momento precisaremos de uma mão estendida, de um abraço, de um olhar, de uma palavra. A decisão, na maioria das vezes, é nossa. Pegaremos o trem ou deixaremos passá-lo. Seremos o maquinista ou o passageiro. Na verdade, somos o trem e a estrada.

Patrícia Zingalli

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