quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DOIDAS E SANTAS

Sim, eu sou doida! Mas também sou "santa"! Assisti no Teatro do Leblon este final de semana o espetáculo Doidas e Santas, dirigido por Ernesto Picollo, baseado no livro da cronista e poeta gaúcha Martha Medeiros. Protagonizada e produzida pela atriz Cissa Guimarães, a peça é simplesmente maravilhosa e digna de muitas gargalhadas. A comédia romântica leva o público a reflexão sobre os relacionamentos e, principalmente, a rotina do dia-a-dia. As situações representam muito bem todos os dilemas e incertezas que os seres humanos têm. A platéia também entra no clima da peça, participando em alguns momentos. Cissa interpreta a psicanalista Beatriz, casada há 20 anos com Orlando, personagem de Giuseppe Oristanio. Ela sabe entender seus pacientes, mas mal consegue saber o que fazer da sua vida. Geralmente é assim. Bem mais fácil ajudar aos outros do que nós mesmos. Enquanto Beatriz é uma mulher antenada e de atitudes modernas, Orlando faz o tipo tradicional e completamente previsível, não saindo da rotina nunca. O ator é o máximo e faz as mulheres e os homens reviverem certos momentos do dia. Os dois são pais da adolescente rebelde Marina, papel da atriz Josie Antello. Ela também interpreta Berenice, a irmã solteirona de Beatriz, e Elda, mãe da psicanalista. Olha eu me diverti muito com esta atriz. Quando ela encena a mãe e conta como deverá ser seu funeral, eu fiquei boba. Este momento é incrível. Cansada da rotina do casamento, Beatriz pede a separação. A decoração da casa muda, o som aumenta e o sofá da sala vira pista de dança. Ela se permite a encontrar um novo amor. Mas, quando tudo parecia perfeito e sem rotina, o ex-marido Orlando ressurge.

Os planos mudam novamente. E ao final do espetáculo a gente percebe que a maioria das pessoas vive com as mesmas dúvidas e insatisfações. Nesta altura do campeonato podemos dizer que as mulheres podem ser doidas, mas também precisam ser santas para aguentar certas atitudes dos homens. Eu recomendo!

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